quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

AS FUNÇÕES ESSENCIAIS DAS EMPRESAS

AS FUNÇÕES ESSENCIAIS DAS EMPRESAS

Até o advento de Henry Fayol, supunha-se que existiam inúmeras funções nas empresas.

Deve-se a Fayol a descoberta de que existem apenas seis funções essenciais, quer se trate de empresas grandes ou pequenas, simples ou complexas, públicas ou privadas. Todas as demais divisões e nomenclaturas são apenas elementos dessas funções.

Essas funções assim foram denominadas por Fayol:
                                               1) Função Técnica
                                               2) Função Financeira
                                               3) Função de Segurança
                                               4) Função Comercial
                                               5) Função Contábil
                                               6) Função Administrativa

1) Função Técnica

Toda e qualquer organização tem uma determinada finalidade. Trata esta função dos fins da empresa. Assim, numa empresa fabril a finalidade é a transformação das matérias-primas em produtos. Portanto, numa fábrica a Função Técnica se localiza no setor de produção.

Numa empresa de transportes a Função Técnica é a remoção de coisas e pessoas. Numa escola, o ensino.

2) Função Financeira

Tem por finalidade prover a empresa dos meios monetários imprescindíveis à liquidação dos compromissos assumidos; ao pagamento dos salários e encargos do pessoal; dos recursos necessários à expansão dos negócios; etc..

Nada se faz sem sua intervenção. A moeda é necessária para o pagamento de salários, para a aquisição de imóveis, utensílios e matérias-primas, para o pagamento de dividendos, para realização de melhorias. É indispensável uma hábil gestão financeira a fim de tirar o melhor partido possível das disponibilidades e evitar aplicações imprudentes de capital.

Muitas empresas que poderiam ter tido vida próspera, morreram porque em determinado momento lhes faltou dinheiro.

Nenhuma reforma, nenhuma melhoria é possível sem disponibilidades ou sem crédito.


3) Função de Segurança

Sua missão é a de proteger os bens e as pessoas contra o roubo, o incêndio, a inundação, acidentes pessoais, controlar as greves, os atentados e todos os obstáculos de ordem social que possam comprometer o progresso e mesmo a vida da empresa.

É, de modo geral, toda medida que dá à empresa e ao pessoal a segurança e a tranquilidade que tanto precisam.

4) Função Comercial

É a que trata da venda e da compra de mercadorias e de utilidades.

Em se tratando de uma empresa comercial as funções ficam reduzidas a cinco, em virtude da fusão da Função Técnica com a Função Comercial, porquanto a empresa foi organizada para exercer como sua finalidade precípua a atividade Comercial.

A prosperidade da empresa depende tanto da Função Comercial quanto das demais funções; se o produto não se vende, a empresa forçosamente perecerá.

a habilidade comercial, unida à sagacidade e à decisão, implica em profundo conhecimento do Mercado e da força dos concorrentes, uma grande capacidade de previsão e, nas empresas importantes, a aplicação de “combinações”.

Constitui a Função Comercial dos seguintes elementos: a) Análise de Mercado;  
b) Compra; c) Armazenamento; d) Cadastro; e) Propaganda; f) Venda;          g) Expedição.

a) Análise de Mercado

O estudo do Mercado é a operação através da qual se procura conhecer as tendências e a capacidade de consumo do mercado respectivo.

É por meio da pesquisa do Mercado que se verifica as possibilidades de expansão das vendas e que se tem conhecimento das preferências da clientela.

Sem estudar o Mercado, sem lhe conhecer as tendências e as preferências nenhuma empresa poderá orientar com segurança seu Departamento de Vendas.

b) Compra

É a operação de escolher e adquirir aquilo que se vai oferecer ao Mercado, no estado, em se tratando de empresa comercial ou depois de sofrer transformação, na hipótese de se tratar de empresa industrial.

O preço baixo nem sempre é o melhor, uma vez que geralmente não se adquire a melhor mercadoria nessas condições.

O esforço da compra deve residir, pois, na obtenção da mercadoria mais adequada ao fim que se tem em vista.

Quanto ao preço, devemos apenas estar seguros de que em igualdade de condições, nossos concorrentes não obterão vantagens sobre nós. Quanto às condições, não devemos perder de vista o prazo e local de recebimento da mercadoria, seu acondicionamento, garantias, prazo e forma de pagamento.

c) Armazenamento

Realizadas as compras, é necessário armazenar o que foi comprado de forma conveniente.

Isto quer dizer: de forma que não se deteriore ou danifique; que possa ser facilmente localizada quando procurada; que permita seu exame a qualquer tempo para conferência da quantidade e para verificação do seu estado.

d) Cadastro

Adquirida a mercadoria mais adequada, armazenada convenientemente, é necessário vendê-la (em se tratando de empresa comercial).

Mas para vender é indispensável conhecer a freguesia, conhecer a sua idoneidade, a capacidade de aquisição, o limite de crédito, etc.. Esta  é a função do Cadastro.

O serviço de Cadastro é útil a qualquer caso, principalmente quando se vende a crédito, pois quem vende nessas condições corre sempre o risco. Somente um Cadastro bem dirigido é que poderá assegurar à empresa a possibilidade de vender a crédito sem correr riscos superiores aos razoáveis.

e) Propaganda

Adquirida a melhor mercadoria, dispondo-se de um cadastro através do qual se conheça a clientela é preciso é preciso interessar essa freguesia na aquisição daquilo que se lhe pretende vender. Essa é a função da Propaganda. Cabe-lhe: despertar a curiosidade do comprador em potencial; obter-lhe a simpatia; predispô-lo a receber bem nossos vendedores e deixá-lo motivado para a ação de compra.

f) Venda

É o processo que irá induzir o cliente em potencial a tomar a decisão favorável quanto a aquisição dos produtos e mercadorias que temos para lhe oferecer. A complexidade desta atividade, como a da Propaganda demandam estudos próprios à sua peculiaridade e que não vem ao caso neste trabalho.

g) Expedição

Vendidas as mercadoria é preciso entregá-las ao comprador de forma que o satisfaça. É a função da Expedição. Quando a entrega é feita com atraso, com impontualidade, o comprador desgosta-se, anulando-se, em decorrência, todos os esforços anteriormente feitos para conquistar-lhe a simpatia e a preferência.

5) Função Contábil

Constitui o órgão de visão das empresas e deve revelar a qualquer momento a posição e o rumo do Negócio. Deve dar informações exatas, claras e precisas sobre a situação econômica e financeira da empresa.

Uma boa contabilidade, simples e clara, que dê idéia exata das condições da empresa é poderoso meio de direção.

Esta função foi denominada “Contábil” por Henry Fayol. Entretanto como ela abrange atos e fatos de natureza não contábil, alguns especialistas da matéria passaram a denominá-la de “Função Burocrática”.

São elementos desta função:
                a) o serviço de Registro de Atos e Fatos Administrativos
             b) o serviço de Documentação compreendendo: arquivo, biblioteca, filmoteca, etc.;
                c) o serviço de Apuração e Demonstração dos Resultados;
                d) o serviço de Estatística.

6) Função Administrativa

Cabe a esta função o encargo de formular o programa geral da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforços, de harmonizar os atos.

Compõe-se esta função de seis elementos os quais obedecem a uma ordem inalterável, a saber: a) Previsão; b) Planejamento; c) Organização; d)Comando; e) Coordenação; f) Controle.

a) Previsão

A Previsão consiste em perscrutar o futuro e prever com aproximação os acontecimentos  do porvir.

A máxima - “governar é prever”- dá uma idéia da importância que se atribui à previsão no mundo dos negócios e é verdade que se a previsão não é todo o governo é dele pelo menos uma parte essencial.

A sua base se assenta no seguinte: “Tudo que foi constante no passado, sob determinadas circunstâncias, é provável no futuro, sob idênticas circunstâncias.”

Toda tendência, ascendente ou descendente, registrada no passado, é provável no futuro, a menos que ocorram novas circunstâncias, que alterem aquelas tendências.

Por conseguinte, conhecendo-se o passado e observando as circunstâncias do presente, poderemos prever o futuro de maneira bastante aproximada.

b) Planejamento

Planejar é elaborara o programa de ação, o programa de trabalho. É uma decorrência da Previsão.

Efetuadas as previsões, conhecidas as tendências e a capacidade de consumo do mercado, estará a empresa em condições, então, de organizar o programa de trabalho os quais se exteriorizam em forma de orçamentos, de gráficos, de esquemas, de mapas, de ordens específicas ou de caráter geral, aplicáveis a todos os setores da organização.

c) Organização

Organizar uma empresa é dotá-la de todos os elementos necessários ao seu funcionamento: maquinismos, utensílios, matérias-primas, pessoal habilitado (atualmente chamaríamos com grande ênfase de “sistemas”, que não são nada mais nada menos que as denominadas “combinações” de Fayol, ou seja, as maneiras como esses elementos podem ser ordenados).

Por duas divisões se podem distribuir todos esses elementos: 1) o organismo material, compreendendo todos os bens materiais em que está investido o capital da empresa e; 2) o organismo social, que compreende o conjunto de pessoas encarregadas da execução das várias tarefas realizadas na empresa.

d) Comando

Uma vez constituído o corpo social, é mister fazê-lo funcionar. Esta é a missão compreendida na função de comando. Esta missão se reparte entre os diversos chefes da empresa, cabendo a cada um os encargos e a responsabilidade de sua unidade. Para cada chefe a finalidade de mando é obter, no interesse da empresa, o maior proveito possível dos agentes que formam sua unidade. A arte de mandar repousa sobre certas qualidades pessoais e sobre conhecimentos dos princípios gerais de administração.

O chefe encarregado de um comando deve:
                1º)  Ter um conhecimento profundo de seu pessoal;
                2º)  Eliminar os incapazes;
          3º)  Bem conhecer os convênios que regem as relações entre a empresa e seus agentes;
                4º)  Dar bom exemplo;
                5º)  Fazer inspeções periódicas do corpo social;
              6º)  Reunir seus principais colaboradores em conferências onde se preparam a Unidade de Direção  e a convergência dos esforços;
                7º)  Não se deixar absorver pelos detalhes;
               8º) Incentivar no pessoal a atividade, a iniciativa e o devotamento.
e) Coordenação

Coordenar é estabelecer a harmonia entre todos os atos de uma empresa, de modo a facilitar seu funcionamento e garantir-lhe bom êxito. Melhor seria substituir o verbo por sua forma primitiva: ordenar, visto que tal atividade se encaminha a por ordem (na melhor ordem possível) os diversos agentes da produção, de modo a obter aquela harmonia capaz de eliminar os atritos entre os vários órgãos da empresa, permitindo-lhe funcionamento perfeito e ,conseqüentemente, elevado rendimento.

Na ordenação dos elementos componentes da empresa procedem-se dois critérios:

1) coordenando os elementos que estão no mesmo nível, de modo que ambos,
2)  desenvolvendo um trabalho simultâneo ou sucessivo, concorram para a obtenção do resultado desejado e;
      3) subordinando uns a outros os elementos que se encontram em níveis diferentes, submetendo-os a uma adequada hierarquia.

f) Controle

Fiscalizar ou controlar é, finalmente, verificar se tudo se realiza conforme o programa adotado. Tal atividade tem por finalidade assinalar as falhas e os erros, a fim de que possam ser corrigidos ou evitados. Estende-se a toda organização da empresa e ao seu funcionamento, abrangendo, pois, as coisas, as pessoas e os atos. Todas as funções da empresa caem sob a atividade de controle, de modo que a fiscalização se faz sob o ponto de vista administrativo de todas as funções.

Sob o ponto de vista Administrativo, é preciso assegurar-se que o programa existe, que é aplicado e que está em dia, que o organismo social está completo, que os quadros sinópticos do pessoal são usados, que o comando é exercido segundo os princípios, que as conferências de coordenação se realizam, etc..

Do ponto de vista Comercial, é necessário assegurar-se que os materiais entrados e saídos são exatamente considerados no que toca à quantidade, à qualidade e ao preço; que os inventários são bem feitos, que os contratos e acordos são perfeitamente cumpridos.

Do ponto de vista Técnico, é preciso observar a marcha das operações, seus resultados, suas desigualdades, o estado de conservação das máquinas, o funcionamento do pessoal.

Do ponto de vista Financeiro, o controle estende-se aos livros e à caixa, aos recursos e às necessidades, ao emprego dos fundos, etc..

Do ponto de vista da Segurança, é necessário assegurar-se que os meios adotados para proteger os bens e as pessoas estão em bom estado de funcionamento e cumprirão sua função no momento da necessidade.

Finalmente do ponto de vista da Contabilidade, é preciso constatar que os documentos necessários chegam rapidamente, que eles proporcionam uma visão clara da situação da empresa, que o controle encontra nos livros, nas estatísticas e nos diagramas bons elementos de verificação e que não existe nenhum elemento de estatística inútil, além de atender plenamente as exigências legais.


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